Pensar o trabalho no futuro : dez entrevistas / Bárbara Reis
Idioma: Português.País: Portugal.Publicação: Lisboa : Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2018Descrição: 115 p.ISBN: 978-989-8943-04-0.Resumo: Não espere mais e compre já o seu bilhete para o Encontro da Fundação. Terá acesso às muitas palestras, debates e workshops com 34 oradores, mas também a um livro com entrevistas a especialistas sobre o trabalho. Do ambiente à precariedade, dos sindicatos à inteligência artificial, passando pelo envelhecimento, a sharing economy, o género, a história, a política e a geoestratégia, este livro dá voz directa a homens e mulheres que há anos estudam o trabalho a partir de um ponto de vista particular. É uma publicação exclusiva para os participantes no Encontro, que irão receber para já um e-book, e mais tarde também a versão em papel, entregue no Jardim Botânico Tropical. Trazemos-lhe alguns destaques do livro, cuja organização ficou a cargo da jornalista do Público, Bárbara Reis. O historiador Rui Tavares entrevista Guy Standing (Universidade de Londres), defensor de um Rendimento Básico Incondicional. O economista diz que a precarização laboral, a ansiedade e as tensões sociais provocadas pela globalização estão a aproximar o Ocidente do padrão de predisposições políticas pré-fascismos nas décadas de 1920-30. E pede uma mudança das «elites trabalhistas», que deverão defender mais o precariado e menos o proletariado, caso contrário tenderão a tornar-se uma força reaccionária. O jornalista Paulo Pena entrevista Dominique Méda. A socióloga e filósofa prevê que com maior automação no mercado laboral há um risco de menorização do papel dos humanos na cadeia de produção, e calcula que aumentará o volume de trabalho e do número de empregos nos sectores primário e secundário da economia. Outra possibilidade, segundo Méda, é que eventuais restrições ao uso de combustíveis fósseis (seja porque encareçam, seja porque rareiem) provoquem uma diminuição acentuada da produção e uma deterioração das condições de vida das populações. Os historiadores Miguel Bandeira Jerónimo e José Pedro Monteiro entrevistam Alessandro Stanziani (École des Hautes Études en Sciences Sociales). O historiador do trabalho critica a sobre-preocupação ocidental com os efeitos da automação e das deslocalizações, porque esquece os problemas do trabalho maioritariamente manual nas regiões mais pobres do mundo. Stanziani defende uma perspectiva internacionalista na análise económica mas também na acção dos sindicatos, que considera fundamentais para as democracias. A jornalista Catarina Gomes entrevista Amílcar Moreira (ICS-ULisboa), especialista das questões do envelhecimento e da Segurança Social. O sociólogo lembra que Portugal deverá perder 40% de população activa até 2060 (projecção do Eurostat) e não bastará apoiar a natalidade para resolver o problema económico daí resultante, pois os efeitos de tal política só se notarão a 30-40 anos. Fortes incentivos à imigração são uma possível solução; outra é estimular o trabalho na terceira idade, combatendo o idadismo nas instituições, flexibilizando a participação a tempo parcial e apostando por exemplo em próteses biónicas como apoio ao trabalho braçal. A socióloga Sara Falcão Casaca entrevista Virgínia Ferreira (CES-UC), que se dedica ao estudo da segregação sexual no mercado de trabalho. A socióloga diz que esse tipo de segregação aumentou no Portugal democrático, onde mais pessoas trabalham nos sectores dos serviços e da indústria. Critica a homogamia nos Conselhos de Administração, dominados sobretudo por homens, diz que as mulheres de classe média-alta só conseguem ter rendimentos superiores às das suas mães se trabalharem em sectores mais masculinizados (STEM, por exemplo) e preocupa-se com o efeito da automação na economia, pois poderá guetizar (ainda mais) as mulheres em profissões que requerem competências relacionais e emocionais. Pode ler ainda a entrevista de Bernardo Pires de Lima ao politólogo George Friedman, que prevê o declínio da China, a ascensão dos nacionalismos, o fim da União Europeia e o papel de Portugal como «importante pivot do Atlântico». Noutra conversa, Arlindo Oliveira diz a David Marçal que a inteligência artificial vai substituir sobretudo trabalhos «que estão no meio da cadeia de valor», o que aumentará as desigualdades. Arun Sundararajan, entrevistado por Sérgio Aníbal, antevê uma grande mudança no comércio internacional e enfatiza que as plataformas digitais, que hoje são «um pouco uma caixa negra», vão ter de tornar-se mais transparentes. Em conversa com Helge Jörgens, a especialista de política do ambiente Miranda Schreurs defende que a transição para o desenvolvimento sustentável é uma oportunidade para uma redefinição das nossas noções de prosperidade e de bem-estar. Por fim, Anabela Mota Ribeiro entrevista Alexandre Soares dos Santos («Cada vez vamos trabalhar mais, porque temos a concorrência»), Graça Adriana Saraiva («O que pode tornar um trabalhador produtivo e feliz é estar motivado») e Miguel Cabrita, Secretário de Estado do Emprego («quem tiver a ilusão de que pode limitar o impacto da tecnologia e a globalização das relações estará a laborar num erro»). (Fonte: FFMS).Assunto - Nome comum: Psicologia Organizacional | Organizational Psychology Classificação: 3600 - Psicologia Organizacional Recursos em linha: Localização do Documento Tipo de documento:Imagem da capa | Tipo de documento | Biblioteca | Cota | Estado | Data de devolução | Código de barras | |
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Livro | Biblioteca ISPA | S2 REIS/B1 | Disponível | 21838 |
Não espere mais e compre já o seu bilhete para o Encontro da Fundação. Terá acesso às muitas palestras, debates e workshops com 34 oradores, mas também a um livro com entrevistas a especialistas sobre o trabalho.
Do ambiente à precariedade, dos sindicatos à inteligência artificial, passando pelo envelhecimento, a sharing economy, o género, a história, a política e a geoestratégia, este livro dá voz directa a homens e mulheres que há anos estudam o trabalho a partir de um ponto de vista particular. É uma publicação exclusiva para os participantes no Encontro, que irão receber para já um e-book, e mais tarde também a versão em papel, entregue no Jardim Botânico Tropical. Trazemos-lhe alguns destaques do livro, cuja organização ficou a cargo da jornalista do Público, Bárbara Reis.
O historiador Rui Tavares entrevista Guy Standing (Universidade de Londres), defensor de um Rendimento Básico Incondicional. O economista diz que a precarização laboral, a ansiedade e as tensões sociais provocadas pela globalização estão a aproximar o Ocidente do padrão de predisposições políticas pré-fascismos nas décadas de 1920-30. E pede uma mudança das «elites trabalhistas», que deverão defender mais o precariado e menos o proletariado, caso contrário tenderão a tornar-se uma força reaccionária.
O jornalista Paulo Pena entrevista Dominique Méda. A socióloga e filósofa prevê que com maior automação no mercado laboral há um risco de menorização do papel dos humanos na cadeia de produção, e calcula que aumentará o volume de trabalho e do número de empregos nos sectores primário e secundário da economia. Outra possibilidade, segundo Méda, é que eventuais restrições ao uso de combustíveis fósseis (seja porque encareçam, seja porque rareiem) provoquem uma diminuição acentuada da produção e uma deterioração das condições de vida das populações.
Os historiadores Miguel Bandeira Jerónimo e José Pedro Monteiro entrevistam Alessandro Stanziani (École des Hautes Études en Sciences Sociales). O historiador do trabalho critica a sobre-preocupação ocidental com os efeitos da automação e das deslocalizações, porque esquece os problemas do trabalho maioritariamente manual nas regiões mais pobres do mundo. Stanziani defende uma perspectiva internacionalista na análise económica mas também na acção dos sindicatos, que considera fundamentais para as democracias.
A jornalista Catarina Gomes entrevista Amílcar Moreira (ICS-ULisboa), especialista das questões do envelhecimento e da Segurança Social. O sociólogo lembra que Portugal deverá perder 40% de população activa até 2060 (projecção do Eurostat) e não bastará apoiar a natalidade para resolver o problema económico daí resultante, pois os efeitos de tal política só se notarão a 30-40 anos. Fortes incentivos à imigração são uma possível solução; outra é estimular o trabalho na terceira idade, combatendo o idadismo nas instituições, flexibilizando a participação a tempo parcial e apostando por exemplo em próteses biónicas como apoio ao trabalho braçal.
A socióloga Sara Falcão Casaca entrevista Virgínia Ferreira (CES-UC), que se dedica ao estudo da segregação sexual no mercado de trabalho. A socióloga diz que esse tipo de segregação aumentou no Portugal democrático, onde mais pessoas trabalham nos sectores dos serviços e da indústria. Critica a homogamia nos Conselhos de Administração, dominados sobretudo por homens, diz que as mulheres de classe média-alta só conseguem ter rendimentos superiores às das suas mães se trabalharem em sectores mais masculinizados (STEM, por exemplo) e preocupa-se com o efeito da automação na economia, pois poderá guetizar (ainda mais) as mulheres em profissões que requerem competências relacionais e emocionais.
Pode ler ainda a entrevista de Bernardo Pires de Lima ao politólogo George Friedman, que prevê o declínio da China, a ascensão dos nacionalismos, o fim da União Europeia e o papel de Portugal como «importante pivot do Atlântico». Noutra conversa, Arlindo Oliveira diz a David Marçal que a inteligência artificial vai substituir sobretudo trabalhos «que estão no meio da cadeia de valor», o que aumentará as desigualdades. Arun Sundararajan, entrevistado por Sérgio Aníbal, antevê uma grande mudança no comércio internacional e enfatiza que as plataformas digitais, que hoje são «um pouco uma caixa negra», vão ter de tornar-se mais transparentes. Em conversa com Helge Jörgens, a especialista de política do ambiente Miranda Schreurs defende que a transição para o desenvolvimento sustentável é uma oportunidade para uma redefinição das nossas noções de prosperidade e de bem-estar. Por fim, Anabela Mota Ribeiro entrevista Alexandre Soares dos Santos («Cada vez vamos trabalhar mais, porque temos a concorrência»), Graça Adriana Saraiva («O que pode tornar um trabalhador produtivo e feliz é estar motivado») e Miguel Cabrita, Secretário de Estado do Emprego («quem tiver a ilusão de que pode limitar o impacto da tecnologia e a globalização das relações estará a laborar num erro»).
(Fonte: FFMS)
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